domingo, 15 de julho de 2007

A Transformação. (continuação)




Whatever it is you are feeling is a perfect reflection of what is in the process of becoming.


Eu perdi a noção do tempo nos primeiros tempos da minha transformação. Precisava ver desesperadamente meus pais e minhas irmãs.
Cheguei em Berlim em pouco tempo, para ser exato em algumas noites, acho... Estava com medo caso eles percebessem o que tinha acontecido comigo. Mas o medo era mínimo comparado com a minha vontade de vê-los que me consumia.
Mas quando entrei na cidade, algo estava diferente. Ela havia sido devastada pelo exército Russo.
Passava pelas ruas, e só via destruição. De certo modo, não consegui guardar nada na memória, estava muito preocupado para saber o que aconteceria com a minha família.
Quando cheguei lá, as portas arrombadas, vidros quebrados. Temia pelo que estava por vir.

Então, quando entrei dentro de casa. Vi as duas, minhas duas pequenas jogadas no chão... Com os vestidinhos rasgados, quase em trapos... Haviam sido violentadas por soldados. O meu consolo foi que não foram apenas elas que sofreram isso, todas as mulheres da cidade haviam passado por isso, apesar de desprezível o meu pensamento, foi a isso que me apeguei.
E meus pais? Sim, foram mortos também, só que não tão brutalmente como minhas adoráveis irmãs, foram mortos a tiros. Bem, foi melhor do que serem violentados até a morte, não acha?
Bem, é algo indiscutível agora.
Troquei suas roupas com cuidado, observando cada marquinha no corpo de minhas irmãs e levei-os para fora, e os enterrei no jardim de casa. Devo confessar que me senti humilhado ao fazer isso, e o que me deixou bem acabado com o constrangimento da situação.
Depois daquela noite, ouvi dizer que Hitler havia se suicidado, mas isso não refletiu em nada em mim, não tinha importância. Como poderia deixar-me abalar com aquilo, minha mãe havia sido morta! Minhas irmãs... Então, recolhi minhas coisas, e sai de Berlim, e pretendia nunca mais voltar.


Como Deus pode justificar o sofrimento de uma criança?

Nenhum comentário:

É um prazer, Desconhecido.

Não irei falar quem eu sou tão rapidamente, e acredito que talvez só quando
eu terminar a obra de Raphaël, possivelmente eu me apresente, mas ainda não é
algo certo.

Raphaël é um personagem originalmente criado por mim mesmo há
uns anos atrás, foi uma história que eu comecei a escrever como hob, mas devo
confessar que me apaixonei por ela de modo inesperado.

Espero que gostem de minha história.

30/07/07

Raphaël Vigèe-Lebrun;

Ertränkt