quarta-feira, 25 de julho de 2007

Angelique du Coudray ( Parte 1-B)




- Não se lembra quem eu sou, não é mesmo?

A voz desse homem me soou tão estranha a partir do momento que entramos nessa biblioteca, me irritava o tom que ele falava e modo que ele agia, sempre silencioso. Ele andava de modo gracioso e parecia levitar a cada passo, seu sorriso era sempre malicioso, ele parecia ser tão... Vazio e ao mesmo tempo cheio de mistérios.

- Angelique? Lembra-se de mim?
- Não, acho que nem deveria. Minha memória é boa, Ra...Raphaël.
- Me chame de Senhor, Angelique. Sou bem mais velho que você.
- Não aparece tão mais velho, senhor
– minha voz soou com um tom de sarcasmo.

Ele me encarou, então, sorrio novamente. Observava cada movimento seu, era rápido demais todos. A biblioteca onde estávamos tinha as paredes todas lotadas de prateleiras com coleções de livros e objetos de que ao meu ver pareciam de alto valor. Pelo chão, vários tapetes persas e sobre eles cadeiras no estilo Luís XIV. Então, caminhei até uma e me sentei naquele estofado deliciosamente macio.

- Angelique – ele abafou uma risada e arqueio a sobrancelha. –,
não se lembra mesmo de mim?

Olhei para ele, estava começando a ficar irritada, por que diabos ele não entendia que eu não me lembrava dele?

- Não, Raphaël.

Quando pronunciei seu nome, sinto uma mão no meu pescoço apertando-o com pressão, quase não conseguia respirar.

-
Senhor, Angelique. Quando querem aprender da maneira mais difícil comigo, sempre sofrem.

Como ele conseguiu ficar atrás de mim com tanta rapidez, há segundos ele estava na minha frente apoiado nas prateleiras, como?

- Si...Si...Sim... – eu garfei seus dedos com minhas unhas até que sangrassem para que largasse do meu pescoço, mas ele apenas ria. – Senhor...

Ela me largou e deu uma sonora gargalhada metálica, ele me dava medo. Fiquei a olhar assustada para suas mãos enquanto o sangramento parou de expelir sangue.

-
Que tipo de monstro é você? O que quer comigo? Porque deveria me lembrar de você?
- Sim, sou um monstro... Mas, ao mesmo tempo, sou seu anjo, Angelique, não queria sair daquela casa? Então, sou seu anjo da morte, por assim dizer
– ele rio. -.
Vou responder sua última pergunta. Você pediu para se casar comigo quando era mais nova, não se lembra? Tinha apenas oito anos de idade, era uma menina linda.

Ele pareceu refletir sobre isso, estava me dando medo... Porque eu não me lembrava? Porque?

- Então, eu voltei para transformá-la em minha dama.

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É um prazer, Desconhecido.

Não irei falar quem eu sou tão rapidamente, e acredito que talvez só quando
eu terminar a obra de Raphaël, possivelmente eu me apresente, mas ainda não é
algo certo.

Raphaël é um personagem originalmente criado por mim mesmo há
uns anos atrás, foi uma história que eu comecei a escrever como hob, mas devo
confessar que me apaixonei por ela de modo inesperado.

Espero que gostem de minha história.

30/07/07

Raphaël Vigèe-Lebrun;

Ertränkt