segunda-feira, 16 de julho de 2007

Angelique du Coudray ( Parte 1)

A história do Raphaël surgiu desse texto, foi a primeira visão que tive da história, há quase três anos.
Essa é a primeira parte que irei postar correspondente a Angelique. A próxima que será continuação, será a visão do Raphaël de como tudo isso apontado no texto aconteceu.




A festa continuava do lado de dentro – na qual não fiquei nem cinco minutos -. O jardim onde estava , havia vigas de bronze fundido, com cerca de quatro metros de altura, elas seguravam toras fundidas de bronze também. Pelas vigas cresciam varias primaveras nas tonalidades rosa e vermelha, mas uma delas era diferente, ela ficava bem na viga central, ela crescia contornando-a, formando um caracol, ela era grossa, e larga, sua folhagem era em um tom de verde musgo, uma cor bem apagada, mais o que mais chamava atenção nela, não era seu esplendoroso tamanho, e sim suas flores, era brancas perola, quase transparente, a na luz do luar pareciam cintilantes. O chão daquele local era de mármore preto. E envolta daquele local com piso, era cercado com grades de bronze trabalhado, todos em arcos góticos. As venezianas iam do chão, ao teto, no estilo francês, mais isso era obvio, pois aquele prédio era do começo dos tempos de Revolução Francesa, só tinha passado por um restaura mento e uma reforma, seus vidros eram todos talhados com arcos góticos também, aonde se encontrava os detalhes era mais fusco do que o resto. Envolta tinha grandes arvores verdes, a Primavera era muito generosa naquele ambiente. Entre as arvores, havia uma fonte redonda, na qual o chafariz sai do centro da bacia, a água jorrava rapidamente para cima, e caia suavemente no restante da baixa bacia, nela havia carpas douradas e alaranjadas, um tom meio que metálico, que de longe via os reflexos delas nas pedras através da água. Eram gordas e bem alimentadas. No meio do piso, havia um grande e confortável sofá e uma poltrona grande também, de bronze trabalhado (combinando com o resto do ambiente). Suas almofadas feitas sobre medida, eram pretas com finas e delicadas listras brancas cintilantes. Entre o sofá e a poltrona, que estavam em posição de L, havia grandes vasos com plantas e magníficas folhas verdes esmeralda, eram grandes e largas.
Aquele jardim coberto era muito bonito. Se sentasse naquele sofá, poderia ver claramente a lua, mais não era bem o caso desta noite em questão, pois o céu estava acinzentado, as nuvens eram grandes, tampavam todas as estrelas, apesar da lua, continuar com seu majestoso brilho. As nuvens podiam ser densas, mais elas não conseguiram tampa-la.
Estava de pé do lado da fonte, olhando para as carpas, estavam assustadas comigo, nadavam para longe do meu olhar, tinham medo de mim. Um vento frio era constante sempre levantando meu vestido, pois ele era marcado nos seios, e solto ao resto do corpo, era em um tom de vinho, puxado para tom de sangue. Ele deixara meus ombros e minhas costas nuas.Seu corte era muito bem feito, era de seda chinesa. Meus pés estavam congelando minha sandália preta era muito aperta, e seu salto me cansara.
De repente uma mão pousou em meu ombro, creio que fiquei parada durante cinco minutos, sem nenhuma reação, longo, puis minha mão sobre a que estava em meu ombro, e me virei gentilmente, apesar de uma onda de medo me percorrerá o corpo com o feito. Sua face era branca como o mais puro mármore, as maças em seu rosto era retas, quase sem movimento, sua testa estava palpitando, o que mais me assustava era seus olhos azuis e profundos, o arco de sua boca era redondo, muito bem feito. Seu cabelo era loiro e liso, estava penteado para trás. Seu rosto era angelical.
Sua roupa era simples, era uma calça social, e uma blusa de seda branca, desabotoada ate o terceiro botão, por cima um colete com belos cortes, de cor preta.
Ele abriu os lábios com delicadeza, e logo disse:

- Meu nome é Raphaël, reparei em você sozinha aqui – seus olhos me olhavam de uma forma sedutora, a qual me enlouquecia -, Você está bem, honig?

Meu olhar era de indiferença, o qual era normal, mais ele continuava com aquele olhar sedutor, deste aquele no inicio. E logo recomeçou a falar.

- Você acha mesmo meu olhar sedutor?

Como podia ser, ele adivinhar meus pensamentos!

-
Como sabe que acho seu olhar sedutor?
- Eu? Eu leio pensamentos minha querida
– sua face era nítida, estava com sorriso ingênuo, como de uma criança –
Estou brincando, a maioria das pessoas acham isso, apenas concluí que você também pensasse assim.
- Me ofendi ouvir que o senhor me acha como a maioria das pessoas
– Seu sorriso desapareceu, como se estivesse com repensando no que dizia, e recomecei -, mas se o senhor me acha como a “maioria das pessoas” vá conversa com as pessoas lá dentro, as quais vivem de aparência, talvez não tenho cérebro o suficiente para perceber a profundidade de suas palavras, meu caro – dei uma pausa, e retornei a falar -. Deixei-me em paz com meus temores e meus pensamentos melancólicos.

Ele me fitou por alguns minutos, sua face inexpressiva. Disse devagar, com um sorriso zombeirão, em um tom alegre:
- Desculpe se a ofendi, honig, não era minha intenção – esperou alguns segundos -,
mais por que tem temores e pensamentos melancólicos?
- Isso não vêem ao caso, creio eu, que o senhor não está aqui para isso, não é?
– disse eu com um tom de indiferença -
O que deseja?
- A festa está relativamente cansativa –
um sorriso travesso surgiu em sua face -; estava atrás de uma companhia mais interessante, além de tudo aquelas mulheres vulgares estavam me irritando – apontou para cinco mulheres que estavam na porta nos fitando com curiosidade –
A senhorita as conhece?
- Infelizmente – respondi -,
são minha primas e minhas irmãs.
- Desculpe
– sua face corou, delicadamente; não ficou vermelho, apenas um tom de rosa perolado -,
não quis ofender - lhe.
-
Não ofendeu, também não as suporto. Tenho asco por cada uma. Quando estou com elas, é como se me sentisse sozinha, ninguém está lá, são apenas corpos.
- É claro.
– concordou ele.

Todas elas eram morenas, cabelos lisos nas raízes, e encaracolados nas pontas, tinham profundos olhos azuis, eram bonitas, seus rostos eram redondos, seus corpos eram altos, e magros, seus seios eram fartos, e tinham curvas bem definidas. Enquanto eu, era baixa perto delas, meu cabelo era encaracolados das raízes a ponta, que batia no meio das costas, e era loiro, meu olho era uma outra variação do azul, ele era puxado para o violenta, e às vezes para o cinza, tinha seios fartos também, e curvas bem definidas, era quase igual a elas, a única coisa fisicamente que nos diferia era meus cabelos com cachos loiros pequenos e bem feitos, e meus olhos, que todos achavam os mais belos; mais é claro que nenhuma delas aceitava isso. Graças a Deus, nossas cabeças eram totalmente diferentes, elas eram fúteis e burras (desculpem a palavras, mas é a melhor para defini-las), viviam atrás de um homem com porte, belo, rico para se casar. Reprimiam-me por que eu estudava, passava horas com a cara nos livros, estudava de noite e de dia. Costumavam dizer que eu nunca casaria desse jeito, que burra era eu, que não ia atrás de homens para casar, para ter uma vida boa, ter filhos. Quando diziam isso, costumava rir delas, isso as enfurecia, não me importava. Era a mais nova da família, tinha apenas catorze anos, elas todas já estavam com dezenove e vinte anos,e se achavam velhas, e com rugas. Em noites que meus livros não me satisfaziam costumava ouvir-las conversando por trás da porta para dar risada, isso era um bom passatempo. Mas evitava ao máximo contato com aquelas futilidades que se diziam humanas. Apenas não as suportavam.
Esperei cinco minutos, antes de recomeçar:

-
O que lhe disseram? ‘Que o senhor é belo, e tem um belo porte?’
- Isso, e perguntaram de que família eu vinha, mais acho que isso não vem ao caso.... Se importa se eu as provocar?


Não entendi as suas palavras mais antes que pudesse entendê-las, ele passou um dos braços em volta de minha cintura, e outro envolto de meu pescoço, de uma forma brutal, me juntou a ele, meus seios encostaram nele, ele era mais alto que eu, era gelado com um defunto, sem duvida nenhuma, era muito gelado, também era duro, nunca havia visto alguém assim, de alguma maneira isso me espetava, seu corpo era forte e elegante, aparentava ter vinte anos, sua face era jovem, sua testa era lisa, sem duvida era muito jovem. Seus braços eram finos e grandes.
Ele se inclinara para frente com os olhos fechados, e me beijou, primeiro apenas pousou os lábios sobre meus lábios, e logo depois, colocou sua língua delicadamente em minha boca, apesar de seus movimentos serem bruscos e vagarosamente rápidos. Ele parou quando percebeu que eu estava com medo, e sussurrou em meu ouvido, “Sem medo” , e a mordeu delicadamente, isso me fez soltar um suspiro longo e profundo. Desceu beijando meu pescoço.Voltou a beijar minha boca, lentamente, passando a língua entre meus lábios, ela era incrivelmente gelada também, ele parecia uma serpente colocando sua língua na minha boca. Suas mãos acariciavam minhas costas levemente minhas coxas, ele parará de beijar minha boca e punha-se a beijar meu pescoço, meus ombros, e logo voltara a beijar meus lábios, certa hora, ele me mordera com seu canino, isso me fizera sangrar, ele lambeu o ferimento e o pouco de sangue que restará entrava em minha boca, talvez isso lhe desse prazer, pois no momento que fez isso ele retornara a me beijar a boca com sua língua gelada. Seus beijos eram profundos, e deliciosos, eles transmitiam um fogo forte e saboroso. Isso durou por volta de quinze minutos, quando paramos de nós beijar, os dois olharmos para a veneziana aberta, e vimos, cada uma das cinco olhando para nós com uma cara de espanto. De fato, até eu fiquei espantada, tenho que admitir que fiquei muito surpresa com ele, mais sentia certo triunfo por te-lo beijado, ter estado com alguém que aquelas vagabundas não ficaram. Isso me deixa radiante.
Ele agarrou minha mão, e passamos por elas,do jardim onde estávamos.Passamos por elas correndo, quanto isso, ele apenas falava, ‘ Vamos sair daqui, ninguém me agrada, são todos mexeriqueiros, vamos dar uma volta por Paris, honig...’, eu apenas o seguia, também não suportava ficar lá, com aqueles seres. Os homens jovens só tentavam me agarrar, os velhos me olhavam com se eu fosse um suculento pedaço de carne fresca, as mulheres apenas fofocaram sobre mim, e minha mãe e minhas tias tentavam decidir um futuro para a caçula da família. Como tudo aquilo me irritavam.
Logo saímos do Salão onde a festa ocorrerá, estávamos pela rua, andas em direção ao centro da cidade.
-
Raphaël, onde estamos indo?
- Para qualquer lugar
– disse ele, com um sorriso travesso no rosto, como era belo –
Qual é o seu nome? Ainda não me disse!
- Meu nome? Meu nome é Angelique, minha avó chamava-se assim.
- Angelique, belo nome. Aonde quer ir Angelique?
- Não faço a mínima idéia, que tal irmos para o Louvre?
- Não, por quer ir ao museu?
- Não sei, você mandou eu escolher um lugar, foi o primeiro que me veio na cabeça!


Ele apenas riu, e seguiu em frente, passamos por um grande cemitério, logo estávamos na frente de uma grande casa, e ele começou a falar:
- Está é minha casa.

Ela era um grande, antes de chegar em sua porta, tinha uma grande escada, ela era de mármore cinza, era um tom bem escuro. Entre o começo dela, e o final, havia muitas arvores grandes, com cerca de metros de alturas, tampavam o céu totalmente.No topo da escada, se deparava com uma porta com dois metros e meio de altura, era de madeira, não tenho certeza se era de carvalho ou não. Em cada lado dela, tinha grandes vigas de pedra, também em tom escuros de cinza, por ela cresciam pequenas plantas, trepadeiras, presumo, casa era inteira de pedra, em um estilo medieval,tinha um aspecto de abandono, ela era muito sombria. As janelas eram também venezianas com as do salão. Por elas podíamos ver que havia velas acessas do lado de dentro. Apesar de uma grande cortina de renda preta cobri-las.
Nós entramos no hall, era muito grande e vazio, havia apenas um piano de calda preto, com pouquíssimos detalhes em prata, não havia quadros, apenas grandes arcos de pedra, casa parecia um castelo medieval, sem duvida nenhuma.
Logo atrás do piano, uma parede aberta, dando para outra sala, mais essa por sua vez, era maior, com uma mesa de jantar longa e larga. Suas cadeiras eram de veludo vermelho. A sala também era em pedra, nelas havia grandes tapetes com imagens de Botticelli.
Passamos do lado esquerdo da mesa, e entramos por outra parede aberta, em uma sala menor, havia uma mesa pequena e larga, estava virada para o resto da sala, atrás dela, uma estante que dava para o resto da sala inteira, contornava as paredes. Ela ia do chão ao teto, que era muito alta, cerca de quatro metros. Então, começamos a conversar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caramba, tô cada dia mais apaixonada por esta história...
Virei fãn de carteirinha daqui ein... há-há...


bjos...

;*

É um prazer, Desconhecido.

Não irei falar quem eu sou tão rapidamente, e acredito que talvez só quando
eu terminar a obra de Raphaël, possivelmente eu me apresente, mas ainda não é
algo certo.

Raphaël é um personagem originalmente criado por mim mesmo há
uns anos atrás, foi uma história que eu comecei a escrever como hob, mas devo
confessar que me apaixonei por ela de modo inesperado.

Espero que gostem de minha história.

30/07/07

Raphaël Vigèe-Lebrun;

Ertränkt