quinta-feira, 28 de junho de 2007

A Infância e Adolescência



No dia 13 de Novembro de 1918 eu nasci.

O país estava feliz e ao mesmo tempo triste, a Guerra havia sido oficialmente acabada apenas há dois dias. O país politicamente lamenta a imagem que passava para o mundo agora, como perdedores, mas o povo agradecia por não estar mais em conflito.
Meu pai, Max, passava o dia inteiro trabalhando enquanto minha mãe, Elga, o esperava em casa enquanto cuidava carinhosamente de mim. De todos os defeitos que tinha, nenhum deles era equivalente ao seu jeito carinhoso e dedicado. Era uma mulher de porte e tinha uma aparência forte, porem era doce e boa, uma mulher caseira que gostava de cuidar de crianças.
Uma das coisas que tenho mais claro na minha memória é quando meu pai chegava, e eu o esperava ansioso, e então jantávamos os três juntos.
O primeiro prato era sempre uma sopa, havia dias que parecia um caldo sujo, mas não deixava de toma-lo, pois sabia que isso ofenderia a minha mãe. O segundo prato era alguma carne bem temperada e bem assada, pois meu pai odiava a carne sagrando, isso eu me lembro bem, por que houve uma vez que ele teve uma discussão com minha mãe em relação a isso. E o terceiro prato, que era o que eu mais gostava, era a sobremesa. Normalmente era um doce caseiro feito por minha mãe ou uma fruta simplesmente. Não podia comer a tarde, ela nunca deixou, o que fazia meu apetite crescer incrivelmente na hora das refeições... Pensando bem, ela agia certo. O jantar sempre era silêncio, apenas um olhando nos olhos do outro, até quando meu pai falava sobre alguma coisa interessante que havia feito no trabalho no dia ou falava sobre dinheiro com a minha mãe, eu apenas assistia eles conversando enquanto me embriagava com um copo cheio de leite ou água... Apenas aos 12 eles deixavam-me acompanhar-lhes no vinho.
Quando o jantar acabava, o ritual era sempre o mesmo: Levantava-me educadamente como minha mãe havia me ensinado, ia para meu quarto, lia algum livro e acabava dormindo. Eles não precisavam mandar mais, sempre foi assim. Meu pai e minha mãe eram um casal feliz em termos matrimoniais, eles definitivamente se amavam muito. O que me deixava de certo modo muito feliz. Eles sempre foram vistos como um casal feliz com um lindo filho, que era muito bem educado.
Quando tinha oito anos, minha mãe deu a luz a Apolline, que ao contrário de mim nasceu saudável e bem nutrida. Foi a alegria de meus pais ter uma menina em casa. E depois de dois anos, Irma, nasceu. Nossos hábitos mudaram muito, meu pai trabalhava feito um louco enquanto minha mãe cuidava das meninas. E eu, bem, divertia-me jogando bolinhas de vidro com uns amigos a tarde toda, chegando com as calças sempre sujas ou rasgadas, o que fazia minha mãe ficar brava.
Então, quando completei 12 anos, comecei a ajudar meu pai fazendo pequenas entregas pela cidade... Cartas, Telegramas, Documentos. Não era muita coisa, mas era um começo. Gostava de ajuda-lo, pois, de fato, nunca foi estudioso e isso me ocupava... E sempre tinha uma recompensa... Em certos lugares só havia mulheres trabalhando, rs, o que me deixava ocupado à tarde toda enquanto elas me mimavam e falavam pequenas obscenidades em meus ouvidos, o que acho hoje em dia engraçado uma mulher de vinte e poucos anos dando bola para uma criança como eu era naquela época. Tinha cabelos longos que sempre os deixa presos, e uma aparência de menininho ainda, meu nariz ainda era grosso e meu olho não tinha clareado por completo, mas apesar de ser bem alto, parecia pelo menos... Dois anos mais velho. Elas ficavam a passar poucas madeixas que soltavam de meu cabelo caindo pelos meus olhos por causa da correria, passando-os para trás das orelhas, e davam uma risada gostosa e sedutora como se isso não me deixasse vermelho, talvez fosse a intenção delas mesmo: deixar-me vermelho. Quando fui crescendo mais, sabia lidar melhor com elas. Aos meus dezesseis, já sabia retribuir as provocações de modo que as deixassem sem fala. Algumas delas deslumbravam-se ou iluminavam-se ao me ver na porta das lojas quando chegava com algum recado de meu pai – que era um grande e requisitado advogado da cidade -, e logo me puxavam para algum canto usando o pretexto que precisava falar em particular comigo ou dar-me algum recado que se encontrava no escritório nos fundos. Enquanto suas mães abusavam de mim... De certo modo; as suas filhas ficavam rubras ao me ver sem nenhuma fala. Sempre fui um menino bonito, não posso negar, e sempre tive fala mansa. O que as deixavam por assim dizer... Loucas.





Uma das senhoras que mais me recordo foi aquela que atingi minha maturidade. Era uma linda grega, que havia se mudado para Alemanha, há pouco tempo. Era deslumbrante. Chamava-se Demétria, Madame Demétria.
Ela era muito calma e séria, a primeira vez que a vi, ela estava saindo do escritório de meu pai agradecendo-o por serviços prestados.
Quando ela colocou os olhos em mim, abriu um imenso sorriso... Não sabia dizer que tipo sorriso era, pois estava misto de intenções. Então cumprimentei-la e ela saiu pela porta com um rebolado que chamava muito a minha atenção. Perguntei ao meu pai quem era ela... Ele não respondeu. Então, alguns dias se passaram até que eu a visse novamente, por mandato de meu pai.
Era um dia bem gelado, a neve caia pelas ruas enquanto eu caminhava calmamente pelas calçadas. Não era um dia muito agitado no escritório, então entregaria isso e voltaria para casa, estava calmo e ao mesmo tempo ansioso e eufórico.
Quando cheguei em seu prédio, pedi para o porteiro deixar-me entrar. Era um edifício de luxo e de bom nome. Preferi não subir pelo elevador porque além de medo, ela morava no segundo andar. Lembro-me até hoje o número de sua casa... Apartamento N° 12. Quando bati na porta, seu mordomo atendeu e arqueou a sobrancelha, ele deveria ter uns setenta anos para mais. Ele perguntou se poderia me ajudar e mostrei o recado que tinha para entregar. Falou que ele mesmo entregaria a Srta. E eu disse que não, que estava sob minha responsabilidade em um tom bem cínico. Então, deixou-me entrar. Aguardei durante alguns minutos na sala sentando no sofá olhando para o teto distraído, quando ela apareceu na porta apoiando-se nela, com um sorriso radiante. Então disse: “Menino Vigée-Lebrun”, em um sotaque francês bem carregado o que me fez sorrir. Fui ao seu encontro e beija-lhe a mão como uma forma de comprimento. Mostrei-lhe o papel de meu pai e ela pediu para que eu me sentasse sem dar a mínima importância a minha missão. O apartamento era de fato muito luxuoso e aconchegante, os sofás eram grandes e macios. Ela se dirigiu ao bar e perguntou se eu bebia algo... Então respondi o que ela quisesse me oferecer eu aceitaria. Bem, ela deu um sorriso malicioso nessa hora. Observei-a enquanto trazia um copo baixo para mim com alguma bebida destilada e sorridente. Perguntei-lhe porque havia deixado a Grécia e ela simplesmente não respondeu, e estava começando a me irritar todo mundo ignorar minhas perguntas. Ela então me perguntou minha idade.
-16 quase 17... – disse-lhe quase gaguejando.
Ela olhou com um rosto quase materno e começou a fazer perguntar indiscretas, para dizer bem a verdade, eu sempre fui firme com todas as mulheres que me assediavam, mas essa... Essa era diferente. Ela mexia o cabelo de forma diferente, sorria de forma diferente, andava e falava de forma diferente. Então, em poucos minutos já estávamos pelo chão rolando foi dois animaizinhos. Devo confessar que ela me iniciou, verdadeiramente na minha vida de homem. Tudo mudou, não gostava mais de jogos com senhoras ou suas filhas, jogos de olhar e tsc. Quando voltei para casa naquela noite bem mais tarde, meu pai esperava-me na sala com um rosto desinteressado e ao me ver passar pela porta arqueio as sobrancelhas. Então perguntou porque eu havia demorado tanto... Não queria falar para ele o que tinha acontecido... Inventei uma desculpa qualquer de ter ido beber com uns amigos e acabei perdendo a hora. Ele se levantou e me rodeou e disse que eu estava cheirando a bebida mesmo, mas não entendia das roupas amassadas. Estava quase suando quando lhe disse que nos havíamos ido a um bordel também. Ele novamente arqueio as sobrancelhas e deu uma risada. Então foi para o quarto e eu para o meu. A noite foi passada inteiramente desacordada, ficava pensando nela e na mentira que havia contado ao meu pai, que sempre fora um grande amigo.
Então, na manhã seguinte no escritório quando seu primeiro cliente saiu, entrei para conversar com ele sobre o ocorrido. Ele simplesmente continuou a ler o livro que precisava ser relido e disse que já sabia, e que tinha observado o olhar dela ao me ver na primeira vez que esteve aqui. Fiquei pasmo então, dei uma risada. Ele olhou por baixo para mim e disse que não era para me envolver com ela... Além de ser uma mulher bem mais velha, era uma cortesã grega muito conhecia porque havia se mudado para cá para ser amante de um político importante na época. Digamos...Nunca fui de acatar ordens impostas pelos outros, e isso incluía meu pai. Algumas vezes ao mês ia a sua casa lhe fazer uma visita, o que era agradável para ambos. Demétria sempre era carinhosa comigo, e de certo modo... Muito envolvente. Ela tocava piano às vezes e mostrava algumas partituras que escrevera. Foi com ela que ouvi pela primeira vez Sonata ao Luar... O que virou uma obsessão para mim. Ela tinha um jeito de mulher madura e ao mesmo tempo de menina sapeca. Gostava de estar com ela, e não necessariamente estar nela. Eu cheguei a amá-la, mas nada que me machucasse por inteiro se ela partisse. Meu pai sabia dos encontros e cada vez que percebia as marcas de batom – um vermelho escarlate -, me olhava de forma distante e irritada. Até o dia que completei 18 anos, ela voltou para Grécia se despedindo de mim com um longo beijo e uma noite inesquecível, ao amanhecer antes de ir embora sussurrou em meu ouvido que me amava e um dia voltaria. Ela nunca voltou.
Foi morta durante o caminho por um assassino de aluguel, mandado pelos inimigos do político, qual que era amante, vim, a saber, bem mais tarde. A única coisa que me restou dela foi um colar de camafeu preto, que dava três voltas. E ainda o tenho, está guardado na minha propriedade em Berlim, a antiga casa de meus pais. Com o tempo, muitas mulheres apareceram na minha vida. Uma delas foi Wone, uma linda menina de cabelos loiros deslumbrantes. Ela era uma das filhas das madames que citei um pouco acima. Ela fica rubra quando me via passar pela loja de sua mãe atravessando-a até o fundo onde ficava o balcão ou pelas ruas. Ela tinha 16 anos, dois anos mais nova que eu. Sua mãe, sem ela perceber, é claro; certa vez realmente ‘abusou’ de mim, me jogando na parede e eu, apenas deixei, era fogosa e tinha uma magoa... Sabia que seu marido a traia. Mas por uma questão de sigilo ela nunca insinuou nada sobre mim ou meu pai, além de contas nunca era bom atrair um escândalo. Era uma mulher séria e de fato... Muito conhecida pela cidade. Um dia quando cheguei a loja e Sr. Diana não estava, fui direto a Wone, e perguntei-lhe onde estava a sua mãe. Ela corou por inteiro então sorri, na mesma hora me aproximei e disse-lhe como ficava bonita corada... Disse em um tom baixo o suficiente para que apenas nós dois pudéssemos ouvir. Dei uma risada então a convidei para um café. Enquanto caminhávamos, ela olhava para os pés totalmente rubra e soltava um sorriso desconcertado. Sem pensar eu perguntei porque ela gostava tanto de mim se nunca havia me dirigido à palavra, eu poderia ser um canalha, porque não? Não especifiquei que era, todavia... Ela continuava envergonhada agora se agarrando ao seu casaco mais contida, então falou pela primeira vez: “Você parece um anjo, não pode ser um...” completei sua frase dizendo: “canalha”. Fiquei quieto até chegarmos ao café. Pedi um pequeno café bem forte e ela pediu apenas um chá. Ela sorriu radiante quando o chá chegou em forma de agradecimento à garçonete. Então dei uma doce risada. Conversamos sobre artes, música e filosofia. Então quando vi que horas eram... Já estava tarde, bem, naquela época era tarde... E a moça ainda não havia ido para casa. Então novamente levei-a pelo seu trajeto. Quando chegou em casa, inclinou-se para frente e me deu um pequeno beijo selando os lábios e então deu três toques na porta quando sua mãe abriu, estava com uma expressão brava, mas nada fora do seu normal. Mandou Wone entrar e ir para seu quarto e ficou no parapeito da porta me observando, enquanto eu me encostei-se à parede do corredor e lhe sorria. Dei uma risada e me despedi dela com um aceno. Os dias foram passando, e eu me machucando cada vez mais para subir pela primavera de sua varanda para ver Wone, sabendo que sua mãe havia a proibido de me ver. Ela era uma menina doce e linda, gostava de estar com ela, te-la deitada em meu peito enquanto acariciava suas madeixas e ela me contava seus sonhos. Às vezes recitava versos de poetas famosos o que a fazia ficar feliz, e às vezes, apenas ficava em silêncio olhando-a. Nunca houve mais que isso nos primeiros tempos.
Minha família estava se reerguendo e podíamos morar em uma casa maior agora, meu pai tinha muito trabalho e minhas irmãs cresciam felizes. A vida estava sendo recompensadora novamente.
Então, quando finalmente ia possuir Wone, decidimos fugir de Berlim. Planejamos sair em uma sexta-feira à noite. Quando partimos fomos para o interior do país, mas, não se passou uma semana e Wone quis voltar para casa. Isso levou a termino de nosso relacionamento. Ela estava insegura, e eu não era uma pessoa que gostava de ficar sobre as pernas bambas, e ela sabia. Digamos que isso foi o mais perto que cheguei de ter um relacionamento sério com uma mulher. Depois dela, só houve casos e mais casos. E a maioria destrutivos... Para elas.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Escreva a sua História - Pedro Bial.



Escreva a sua história na areia da praia,


Para que as ondas a levem através dos 7 mares;


Ate tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.


Conte a sua história ao vento,


Cante aos mares para os muitos marujos;


cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.


Escreva no asfalto com sangue,


Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida n'amanha seguinte pelos garis.


Abra seu peito em direção dos canhões,


Suba nos tanques de Pequim,


Derrube os muros de Berlim,


Destrua as cátedras de Paris.


Defenda a sua palavra,


A vida nao vale nada se você nao viver uma boa história para contar.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

A Família


Irei agora começar a contar as primeiras partes da vida de Raphaël. Primeiramente, vou explicar a história de sua família e de seu sobrenome.
Minha família data desde o Império Carolíngio. Em sua terceira ‘geração’, quando os netos de Carlos Magno assinaram o Trato de Verdun, (843).Obviamente, viemos do Império de Luis o Germânico, atual Alemanha. Nossa família sempre pertenceu à Alemanha, não há relatos sobre outra origem, sempre estivemos na lá, ela sendo ou não ela. E posso dizer com orgulho isso.Quando o Império de Luis caiu, entre as cinco famílias que controlavam o país, se encontrava a minha. Mas, com o passar dos anos, nos fomos perdendo nosso poder e nossa voz ativa, mas ainda éramos respeitados por todos que sabiam de nossas origens, apesar de não acharmos preciso – porém, gostávamos de ter essa importância e bajulação.
Com o tempo, que nunca pára, a nossa terra estava sofrendo modificações rapidamente, e as velhas idéias e conceitos estavam caindo. Muitas coisas mudaram. Meus familiares foram se afastando cada vez mais da sociedade, e indo para o campo.Por volta do século XV, minha família começara a fazer casamentos – os quais não eram mais entre parentes... -, com renomadas famílias francesas. Entre elas, Vigée-Lebrun - a maior de todas. Era uma família muita bem dita, e de sangue nobre, primos distantes do Rei Luís XI (o rei atual da França, na época).
Para ambas famílias foi muito benéfico, por que de fato... Por baixo dos panos, se me permitem dizer, eles estavam falidos, sem ajuda do Rei – que acredito, com certeza, nem se lembrava de sua existência -, e nós sem boa fama (não diria boa fama, apenas... Sem fama), pois havíamos perdido nossa voz ativa na política.
O casamento de Johannes, meu ascendente e Marguerite Vigée-Lebrun, foi um casamento bem seco. Tiveram apenas um filho homem: Hans. Casou-se também com uma Vigée-Lebrun, prima de Marguerite, e teve também apenas um filho homem com sua esposa (pelo menos, com ela apenas um filho). E assim, de geração após apenas filhos homens nasceram, e a após igualmente... Todos muito parecidos, homens altos, fortes... Loiros de olhos claros, normalmente azuis contornados com verde ou vice-versa. Germânicos no sentido real da palavra.
Em termos políticos, preferimos ficar fora, pois apesar de ainda ter muito peso em nossas alegações por ter pertencido há uma das cinco famílias, não queríamos nos envolver na Política no país. A religião de minha família foi o Luteranismo (Protestantismo na tradição de Martinho Lutero). Meus antepassados seguiam fielmente tudo que Martinho Lutero dizia e fazia contra a Igreja, apesar de novamente estarem longe para acompanhar tudo de perto, mas acreditavam em sua palavra. Pelos manuscritos que restaram, ficaram muito desamparados e tristes pela sua morte em 1546, o que os levou a ficar fora de uma a voz ativa na religião também. Como dizia Wolf, um antepassado, foi um jantar bem triste. A família vivia bem longe de pontos comerciais e de ‘grandes’ cidades. Sempre preferimos morar no campo, para ficar distantes de tantas revoluções... Éramos do tipo de pessoas conservadoras e ligadas às velhas tradições, exceto na religião – da qual fugimos da Católica. A família guardou para si a grande fortuna e riqueza, que apenas aumentou conforme os anos. E alguns séculos se passaram, não houve muitos acontecimentos importantes, pois foram citadas nos arquivos apenas coisas comuns... Como faturas, contas, papéis falando dos pertences da família, escrituras de grandes áreas rurais, tsc... Até meus dezessete anos já havia lido todos os relatos da família que encontrei.
Meu avô, que nasceu no ano de 1864, e cuidou de todos os pertences da nossa família muito bem, deixados por seu pai, antes do seu falecimento. Athanasius - meu avô, virou um grande industrial, estávamos em plena Segunda Revolução Industrial. Bismarck, que liderou a unificação do país, fez que a Alemanha entrasse na Industria de forma forte e significante na Economia Mundial.
E meu avô acreditando que no principio de tudo isso poderia dar bons frutos para frente, investiu grande parte de sua fortuna nisso.
Comprou uma industria perto de Berlim de Tear Mecânico e Maquinas de Fiar. E com o tempo foi a lapidando e reformando, transformado-a em uma Grande Industria da região.Ele sempre ficava na cidade, cuidando de negócios e deixava a família na casa de campo, sua esposa com seus dois filhos: Anna, sua mulher, e Antonin, o filho mais velho e Max, o mais novo.
Anna morreu por causa de uma doença, que mais tarde vieram a descobrir que era um o bacilo do tétano, da peste (bubônica e pneumônica). Foi muito exaustivo para todos os membros da família, contava meu avô em seu diário.Athanasius acabou por procurar um casamento novamente, tinha dois filhos pequenos e precisava de uma mulher em casa além de sua governanta (qual era sua amante desde que era adolescente, ela uma mulher de postura e ele um jovem se descobrindo, é claro, como todo Vigée-Lebrun, não deixaria por desejar). Então em 1888, conheceu sua nova esposa em congresso, do qual havia participado. 1889, ele se casou com uma linda Austríaca: Alexia. Sua nova esposa era muito mais nova que ele, ela tinha 14 anos e ele 25. Tinha cabelos loiros e olhos verdes, tinha um corpo formoso corpo, pelo menos... O colo era branco e chamativo, usando suas palavras. Ele sempre citava isso em seu diário.
Alexia sempre cuidou bem de Max – meu pai -, e Antonin apesar de não ter muita paciência com ambos. Mas não tiveram filhos, ela nasceu seca, e nunca pode ser agraciada com um menininho ou uma menininha, o que frustrou muito meu Avô.
Isso levou ao afastamento de ambos durante os primeiros anos de casamento, porém, quando Alexia foi tomando idade mais adulta voltou a atrair Athanasius, pelo fato de ter se tornado mulher com porte e pose. E novamente a harmonia reinou entre o casal, porém uma coisa ainda causava-lhes nervos e aborrecimento: o início da Primeira Guerra Mundial. Então, com a morte de Francisco Ferdinando, ambos ficaram a favor da Guerra. Foi quando meu tio, Antonin, acabou indo para a Batalha de Marne, e morreu em combate. O que levou meu avô, cheio de desgosto falecer e junto a ele, minha avó por solidão e depressão, foi o que levou ela a atirar na própria cabeça. Ambos machucados pelas feridas da guerra, e não suportaram a perda de seu filho. Meu pai, com seus 28 anos teve que seguir sua vida, ele estava recém casado com minha mãe: Elga. Nossa família entrou em crise, e perdeu tudo que havia conquistado desde seus princípios. A industria, carros, terras, casas... Tudo! Tamanha crise foi. Então, meu pai com uma boa formação conseguiu um trabalho que sustenta-se ele e sua esposa, viviam em Berlim, e estavam levando a vida, enquanto a Guerra não terminava. E então, em 1918 eu nasci.Para aqueles que conhecem a origem de meu nome, podem suspeitar que é uma homenagem, e posso afirmar que estão certos.
Raphaël, vem do Hebraico, e significa ‘Curado por Deus’. Eu nasci desnutrido e sem chances de viver. E por algum motivo inexplicável, eu consegui viver. E minha mãe, que passava dias rezando para Deus, deu-me esse nome quando me recuperei. Cresci ajudando meus pais em tudo que podia, lendo tudo que nos restara das nossas imensas bibliotecas. Era um propriamente dito bobo..

Aproxima fase que irei escrever será a infância de Raphaël.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Quem é Raphaël Vigée-Lebrun?



Bem, irei seguir um conselho que recebi agora a pouco. Vou reescrever toda a história de Raphaël com detalhes, aqui está a apresentação dele do Orkut e de Fóruns de RPG.Mas... Não posso prometer que isso levará tempo, e só escreverei quando estiver inspirado.


- Como Deus pode justificar o sofrimento de uma criança? - Fiódor Dostoiévski
Falaram-me que deveria pronunciar algo sobre minha pessoa, e aqui estou. Mas devo alertá-lo que não será muito interessante, enfim... Antes do meu nascimento, minha família tinha grande riqueza e tinha sangue azul nas veias, particularmente acho uma bobagem. Com o final da Primeira Guerra, meus familiares sofreram vários danos financeiros, e perdemos tudo. Carros, fazendas, casas. A nós, só restou um teto e um bebê recém nascido para cuidar. Nasci no início do século XX, no último ano da primeira grande guerra.

Em 1918, Elga, minha mãe, deu à luz um bebê que parecia ter morte certa: eu. Por um milagre, continuei vivo. Os anos passaram, e tentamos sobreviver; e nos saímos bem, algum tempo depois de meu nascimento, minha mãe pariu mais duas lindas meninas, Irma e Apolline. Quando a Segunda Grande Guerra chegou, o medo voltou a atormentar minha família. Eu podia ver o horror nos olhos de minha amável mãe; ah, apavorava-me saber que isso atormentava meu pai. Fui convocado para lutar na grande (não tão grande) batalha de Stalingrado, e mesmo não querendo abandonar meus pais, fui por meu país. Ah sim, já devem imaginar qual seja ele: Alemanha. Sim, fui nazista, mas hoje em dia não sou mais: não há porque, vi que nada daquilo viveria por muito mais tempo. Aquele partido tinha idéias equivocadas, devo admitir, mas não deixo de pensar de como superior é minha raça, pura - apesar de não ter tanta convicção como meus companheiros de batalha. Logo fui atacado brutalmente, e moribundo fiquei naquele campo molhado de sangue. (Se soubesse o que ocorreria, nunca teria ficado em um lugar que tivesse tanto sangue. Ah! Acredite, atrai muitos ratos!) Bem, fiquei lá, desejando a morte, mesmo sabendo que a vida é um milagre e lutamos para estar nela, e devemos lutar para não a deixar, mas... A dor estava insuportável, mas não sabia mais se aguentaria. Havia levado um tiro bem perto da barriga, e não sei como morri na mesma hora. Fiquei agonizando com dor, até que um pouco antes de desmaiar, ouvi alguns passos. O dono deles me retirou daquele local, tinha certeza. Não me vinha mais nada aos olhos, minha visão estava negra e deteriorada. Logo adormeci e, quando acordei, estava em um velho celeiro muito longe de qualquer campo de batalha, provavelmente. Sobre a palha fiquei observando a atmosfera, quando senti sua presença, então uma sensação horrível me veio. Ah, em poucos segundos ele havia me pego e drenado meu sangue, não sabia o que fazer ou dizer e nem tive tempo. E fiquei deitado no chão sujo enquanto ele me olhava com um sorriso na face, aquela antiga e polida face egípcia, que nunca mais me saíra da memória. Não demorou muito até que a dor entrasse em cada poro de minha pele, sentia a carne se desprender, fluídos mal-cheirosos saírem de meu corpo. Ele falou breves palavras de como sobreviveria sendo um ‘bebedor de sangue’ – fiquei imaginando o que seria isso na época, bem, acabei por descobrir no final -, e se foi. Ah! Maldito seja aquele monstro, que nem um bom mestre fora! Duraram dias minha transformação, meu organismo estava fraco; e eu não queria aquilo, sinceramente. Eu desejava a morte.

Logo, era um vampiro, bem poderoso posso dizer hoje em dia, e mal sabia usar meus poderes, engraçado era no principio, acredito.Voltei a minha cidade de nascença, Berlim, e a vi devastada pelo exército Russo. Quando cheguei a minha casa, meus genitores estavam mortos a tiros, e minhas delicadas irmãs, Irma e Apolline haviam sido violentadas brutalmente e mortas. Meu coração doeu. Tirei-os da casa, e os enterrei no jardim. Não era digno para eles, mas era um começo. Decidi que minha vida mudaria a partir daquele instante, e de fato mudou. Não seria mais um homem fraco. Mas estava enganado e me arrependi amargamente por estar. Retirei-me de Berlim o mais rápido que pude e me dirigi a Paris; minha doce Paris, aonde conheci minha primeira e única cria, Angelique du Coudray. Foi quando morri uma segunda vez... Ah, pequena Lolita era ela. Pense bem, 14 anos, corpo de mulher, rosto de menina. Irresistível. Enquanto não a conhecia bem, era mulher cheia de facetas. Pena que sofri em suas mãos, fiz dela uma ser igual a mim, a salvei, mas ela me retribuiu com ingratidão. Nada que o tempo não curasse. Aqui estou, não? Nada que ela me fizesse poderia me tirar o meu novo desejo pela vida.
- Deus morreu - Nietzsche

sábado, 16 de junho de 2007

O Final sem Fim.

Não irei postar como eu, e sim como a minha identidade: Raphaël. É um prazer.

Gostaria de iniciar esse blog de maneira simples, nada muito extravagante. Não sei exatamente o que dizer de primeira mão, então quero deixar fluir naturalmente... Eu ando pensando muito em várias coisas. E o fato é que eu não sei se isso é bom, pois como sempre tem me deixado perplexo. Novamente aquela história que me acompanha há anos... ‘Em busca das respostas das perguntas sem respostas’. Não irá fluir nada agora, ou nada natural... Simplesmente a naturalidade em mim parece de forma inesperada, talvez seja por isso que nunca consegui interpretar bem, tanto no palco como aqui mesmo nos Fakes. Talvez eu devesse estipular um tema para discutir agora...
Vou usar o citado acima, acho que será o melhor para a minha objetividade.

‘Em busca das respostas das perguntas sem respostas’

Ultimamente tem sido difícil achar um pé nesse chão de mar. A vida tem me castigado ferozmente como todos a minha volta. E não acredito que isso seja bom, por que de fato... Nenhuma dor é boa quando vivida. E uma das maiores batalhas emocionais que eu tenho enfrentado é a minha interna, demonstrar o que eu sinto... Independentemente do que seja ele. A minha dificuldade em demonstrar meus sentimentos está me deixando remoído, a vergonha que sinto de expô-los. Ah! Isso é considerado normal? Não conseguir falar com as pessoas que estão próximas de você com naturalidade ou sem medo? Isso me frustra. Minha cabeça dói.
Terminarei esse poste sem final.. perdi a mínima vontade de escrever, desculpem.

É um prazer, Desconhecido.

Não irei falar quem eu sou tão rapidamente, e acredito que talvez só quando
eu terminar a obra de Raphaël, possivelmente eu me apresente, mas ainda não é
algo certo.

Raphaël é um personagem originalmente criado por mim mesmo há
uns anos atrás, foi uma história que eu comecei a escrever como hob, mas devo
confessar que me apaixonei por ela de modo inesperado.

Espero que gostem de minha história.

30/07/07

Raphaël Vigèe-Lebrun;

Ertränkt