quarta-feira, 25 de julho de 2007

Angelique du Coudray ( Parte 2-B)

Angelique era uma menina linda, sem dúvidas. Mas era extremamente arrogante e negligente. Uma coisa que nunca evoluiu desde aqueles tempos é esta: “Todo jovem acha que a sua vida é o primeiro capítulo da existência da humanidade”. Angelique acreditava fielmente nisso, que nada no mundo tinha importância e apenas ela poderia mudá-lo. Era muito convencida de si mesmo, mas, tinha certeza que poderia mudá-la. Angelique era linda e inteligente o suficiente para entender a lição que eu queria dar-lhe. Ela estava eufórica e com medo de mim, era de se esperar. Não sou tão normal quanto os seres que a rodeavam. Bem, sou um bebedor de sangue. Vivo da vida dos que ela ama: os mortais. O que ela queria? Ela sentia medo de mim, podia farejar isso. Podia farejar seu sangue, seu perfume...
Angelique era diferente de Demétria e Wone, completamente. Não sabia quase nada sobre a vida, e tinha medo de conhecê-la.
Olhava para ela sem medo, normalmente todos baixavam as cabeças para ela. E ela estava errada se achava que isso iria acontecer novamente, não era como aqueles que não conseguiam ler seus olhos ou seus pensamentos.
Exigiria obediência dela, respeito. Seria seu Senhor realmente. Queria uma cria, uma das minhas maiores frustrações agora olhando, é que nunca pude ter um filho. Acredito que isso é uma dor para todo homem, não ter filhos. Poderia ter me casado com Wone, e teríamos lindas crianças loiras que correriam pelas ruas.
Pensando agora, o que teria acontecido com ela naquela época? Ainda era uma freira pervertida? Não faço idéia, nunca voltei a me lembrar dela. Estava entretido demais com Angelique para se quer me lembrar dela. Talvez ela tivesse morrido naquele ataque russo, quem sabe, não seria seu sonho? Morrer em pleno gozo.
Sei que minhas palavras parecem de rancor, e são... Wone foi uma ferida difícil de cicatrizar, seu medo de ficar comigo. Bem, agora mostra como ambas as nossas vidas foram desgraçadas. Ela de qualquer modo está morta agora, e eu... Eu também.
Angelique parecia mais fragilizada a cada palavra que pronunciávamos naquela impecável biblioteca. Tinha começado a ter medo do que eu podia fazer com ela, era um fato.
Lá fora a noite começara a trovoar, e caiam gotas bem pesadas pelo telhado da casa. Seria um final de noite interessante, quem sabe.
Quando pronunciei minha última frase a ela, fiz que apagasse.
Levei para os aposentos onde ficaria até que eu voltasse na noite seguinte, estava quase amanhecendo. E se não fosse embora agora, não iria mais. E simplesmente não queira passar o dia pela casa adormecido.
Então, a deixei naquele quarto escuro e vazio.
Antes de sair, dei ordens para que quando acordasse se lavasse, comesse e esperasse até que eu chegar. Podia conhecer a casa e seus jardins. Mas não poderia deixá-la de modo algum. Estava certificado disso, aquela casa poderia ser uma fortaleza caso quisesse. Então, dormi em um cemitério, qual ficava perto de minha casa.

Um comentário:

Unknown disse...

queria muito, muito mesmo ler mais sobre essa obra! muito interessante.

Ana Beatriz;

É um prazer, Desconhecido.

Não irei falar quem eu sou tão rapidamente, e acredito que talvez só quando
eu terminar a obra de Raphaël, possivelmente eu me apresente, mas ainda não é
algo certo.

Raphaël é um personagem originalmente criado por mim mesmo há
uns anos atrás, foi uma história que eu comecei a escrever como hob, mas devo
confessar que me apaixonei por ela de modo inesperado.

Espero que gostem de minha história.

30/07/07

Raphaël Vigèe-Lebrun;

Ertränkt